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SP: 20 mil mortos pela covid-19. Aumento de 263% desde a reabertura do comércio por Doria

Governador segue ampliando a flexibilização, enquanto estado registra aumento da média de internações e crescimento de quase 380% no número de casos

Doria vem tratando a pandemia como se a obrigação do governo paulista fosse apenas garantir UTI.

São Paulo – O estado de São Paulo registrou hoje (21) 20.171 mortes pela covid-19. O número de vidas perdidas representa aumento de 263% em relação ao início da flexibilização da quarentena e reabertura do comércio, pelo governador João Doria (PSDB), em 1º de junho. Naquela data, havia 7.667 mortes registradas. Além disso, nesses 50 dias de abertura, o estado teve aumento de quase 380% no número de casos confirmados. Os dados, da Secretaria da Saúde, contradizem o discurso do governador de que a situação está sob controle e a abertura é bem-sucedida.

A média de mortes diárias pela covid-19 em São Paulo estacionou em patamares elevados. Na data de início do processo de flexibilização, a média era de 206 mortes por dia. Chegou a 276 em 23 de junho. Caiu para 227 no início de julho, mas voltou a crescer aos patamares registrados em meados de junho, atingindo a maior média até agora – 277 óbitos por dia – no último dia 18.

A média de casos também subiu, saindo de 3.953 casos novos por dia, em 1º de junho, para 5.975 no dado divulgado ontem (20). E chegou a mais de 7 mil novos casos por dia em vários momentos.

Além das mortes e dos casos de covid-19 em São Paulo, a média de internações cresceu desde o início da flexibilização. Em 1º de junho, a média diária era de 1.678. Hoje, é de 1.911. O número de pessoas internadas era de 12.920, naquela data, sendo 7.777 em enfermaria e 4.681 em unidades de terapia intensiva (UTIs). Nesta terça-feira são 14.074 pessoas internadas, sendo 8.269 em enfermaria e 5.805 em unidades de terapia.

Apesar disso, o governo Doria trata a abertura como um caso de sucesso. Muito diferente de como a pandemia era tratada uma semana antes do anúncio da flexibilização. No dia 19 de maio, o presidente do Instituto Butantan, Dimas Tadeu Covas, disse que o estado estava “perdendo a batalha para o vírus”.

Doria também tem falado que o estado chegou a um platô da pandemia, o que mostraria que a situação está sob controle. Pesquisadores avaliam que isso é, na verdade, o reconhecimento do fracasso. “Alguns dirigentes têm usado esse platô como argumento para dar sustento a suas políticas de relaxamento das medidas de isolamento social. Na verdade, o platô é a assinatura do fracasso”, afirmou o professor titular da Escola de Matemática Aplicada Fundação Getúlio Vargas (FGV) Eduardo Massad.

Capital paulista

Desde o dia 6 de julho na fase 3-amarela do Plano São Paulo, que coordena a flexibilização da quarentena e a reabertura do comércio, a capital paulista teve pequena redução na média diária de novos casos, mortes e internações, entre junho e julho. Mas o mês de julho mostra estabilização em patamares elevados. A cidade ainda registra mais de 650 internações, entre 80 e 90 mortes e de 1.600 a 2.300 casos novos por dia.

A cidade teve aumento de 172% no número de casos, entre 1º de junho, quando iniciou o processo de reabertura, e hoje (21). Já o número de mortes mais que dobrou no período: de 4.304 para 8.799 (104%).

 

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